sexta-feira, 29 de abril de 2011

O Império do Nada


A impressão que temos atualmente é a de que o tempo passa mais rápido. A cada dia isso parece mais evidente. Mas não passa! O tempo corre dentro do seu rítmo sempre. A verdade é que nos especializamos em tentar evitar a realidade e para isto, sem pudor algum simulamos uma outra "vida". Uma vida cheia de atividades com possíveis transformações repentinas, de intensas atividades sociais. De intensas atividades, principalmente as que possam nos afastar do mal estar de exercitarmos nossa própria avaliação. Alguem fará isso por nós. As pessoas, muitas mesmo, vão em algum evento ou show apenas para "socializar-se". Não questionam, a maioria, a qualidade artística do que está sendo apresentado. Multidões lotam ginásios e arenas, shows em parques agropecuários, para nada. Porque não importa quase "nada" para a maioria das pessoas se existe conteúdo ali. Apenas exercitam a sociabilidade, será? Um cantor que não tem o que cantar, canta o tempo todo: "Eu te amo". Mas para os atentos e não é preciso ter nenhum grande cérebro, ele não diz nada. Ou melhor não canta nada. "Artistas" ou celebridades instantâneas, com raríssimas excessões mesmo, nascidos dos "realities", tornam-se estrelas do nada. Não possuem "histórias" de verdade para contar, não realizaram praticamente nenhum grande ou até médio feito, apenas correm em busca de um milhão. E milhões alimentam tudo isso, porque simplesmente são para os que produzem tais "shows" a massa de manobra para a efetivação do nada. Não pensemos, não questionemos, não nos importemos com nada. Apenas, deixemos que os articuladores de todo o espetáculo vazio nos guiem. Pronto, uma enxurrada de supostas "informações" visuais, sonoras e "grandiosas", deixam-nos com esta impressão. O tempo corre mais rápido, achamos. E o golpe em nós mesmos tem agora requintes de "canibalismo". Uma criança, registrada em um  vídeo doméstico se auto proclamando "burra",  por não conseguir fazer sua lição de casa e por isso corta ela mesma, seus cabelos. Torna-se "fenômeno" da rede. Pronto! Atingimos o grau máximo da estupidez. Já não basta entregarmos nossas crianças e jovens, por nossa total apatia em deles cuidar; para traficantes e exploradores de toda ordem. Vamos nós mesmos, entregá-las também ao grande "demônio" que criamos para ornamentar o nosso império. Vamos continuar nossa farsa cotidiana. Sem piedade, vamos!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O Fim do Mundo e o Feriado


Acompanhando as opiniões e considerações de convidados de um programa de tv, que discutia o possível "fim" do ciclo de existência do planeta. Percebi o quanto as diferentes formações "espirituais" dos entrevistados ou debatedores levavam todos sempre ao mesmo fim. O mundo não vai acabar. Primeiro achei oportuna a discussão em uma semana de grande importancia para praticamente um terço da população do planeta, a cristã. Segundo, como o fim do mundo é bem explorado pela indústria do cinema, pois as discussões eram ilustradas por cenas do rentoso, cinema catástrofe. Quer dizer, sempre alguém sairá lucrando. E eles, os que lucram querem mais é que as discussões persistam. Por fim, parece que realmente somos mesmo muito ignorantes, pois o supremo civilizado ser que consegue colocar artefatos em órbita e enviar sondas a milhões de quilometros de distancia para explorar o espaço cósmico, não consegue levar ao fundo do mar com segurança seus iguais, para explorar seu próprio "quintal". A banca de convidados era formada por um evangélico, juntando-se ao espírita o cristianismo estava em grande vantagem; um pensador que não consegui identificar de qual corrente religiosa era e um representante de religião de origem africana. Mas, quando esse de origem africana falou sobre preceitos ensinados por Jesus Cristo, determinou-se a hegemonia do cristianismo. E pensando sobre ressurreição, vida eterna e salvação dos "pecados" e de todos os males que nos assolam, constatei o quanto seria providencial o fim da existência do planeta. Pois estaríamos todos irremediávelmente amparados e salvos. Adeus toda injustiça, toda e qualquer forma de opressão e jugo, toda dor e todo pranto. Mas, não acredito que os planos sejam tão simples assim. Mesmo porque conseguimos tirar proveito de data tão simbólica e emblemática instalada em  nosso inconsciente coletivo, de forma tão prosaica. Transformamos em feriado e vamos todos descansar porque o fim do mundo é só no próximo ano...será?

domingo, 10 de abril de 2011

A Dialética e a Terra


Vamos juntos tentar solucionar um problema? Vamos juntos tentar encontrar a melhor solução para uma equação. Vamos juntos  tentar compreender-nos? Somos capazes? Discutirmos a questão em jogo poderia ser uma saída. Não é para isso que nos municiamos com informações e conhecimento? O saber não é a chave para alcançarmos respostas? É o que pressupõe a filosofia. Mas, nós e nossa condição de humanos complexos e em estado de dúvida nos confrontamos sempre. E mesmo após a aparente resposta obtida, continuamos em busca. Porque as dúvidas nunca cessam. Agora mesmo os cientistas apresentam, segundo eles uma nova visão da Terra, que diga-se de passagem está mais para uma batata. Como ouvi de alguém conhecido. E pergunto? Aquelas fotografias todas do planeta visto da Lua pelos astronautas, eram montagens? Para os cientistas devem ser. Vou dizer a verdade. Entre o novo formato e a visão "fictícia" . Fico com a ficção. Porque tudo já anda tão estranho aqui embaixo, que imaginar-me vivendo em um planeta disforme, não me faz bem. Fico com os cenários cinematográficos então. Como se já não bastassem os caprichos do planeta, abalos sísmicos, erupções vulcânicas, mais parecendo demonstrações de humor e mau humor do corpo vivo. Ainda termos que suportar uma forma pouco romântica, é muito! Aqui me atenho à estética em detrimento da dialética. E sonho os sonhos dos viajantes espaciais, privilegiados seres a colocarem os pés nas nuvens,  nuvens cósmicas. A Terra é redonda.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Simples


Simples! Não, não é tão simples como possa parecer. Na verdade o  nome desta banda trai sua música e seu texto. "Já começou a obra nos corações", a canção "O que seria?" afirma esta mais que urgente necessidade. A Simples cria e executa canções pop de grande qualidade. Um trio sincronizado e paraticamente perfeito ao vivo, basta assistí-los para sentir que a música se renova sempre, pois, mentes e corações criadores  existem. Diogo Pertence, voz e guitarra, sabe o que diz, poesia pouca é bobgem. Poesia instigante é para os letristas lúcidos. Alguns dos melhores textos da atual cena de bandas novas de Belo Horizonte, são dele. Pop mais que bem elaborado para ouvidos atentos. Ao ouví-los a expectativa fica sempre no ar, aguarda-se a próxima canção simplesmente porque a que terminou provoca esta sensação. Arranjos cuidados com a atenção que músicos com capacidade técnica a altura de suas criações, executam. Riffs e arpejos envolventes, Lucas Caldoncelli, não é um dos melhores contrabaixistas em atividade. Ele é perfeito. Com arranjos na medida exata para sustentar a poesia e as harmonias das canções. É um presente para os ouvidos deixar-se levar pela sonoridade que seu intrumento faz ecoar. Daniel Pertence, energia contagiante em batidas firmes, base segura e sólida para timbres de guitarra limpos e expressivos. Bateria não é instrumento para coadjuvantes e na Simples, ele prova isso. Música viva e sincera, para os que estão atentos. Simples? (www.myspace.com/bandasimples)

domingo, 3 de abril de 2011

Viva a Estupidez!


O pastor norte-americano Terry Jones, propôs queimar um exemplar do alcorão, livro sagrado do islamismo. Em protesto à instalação de um centro islâmico próxima a área onde localizava-se o World Trade Center.  Eis aí novamtente uma das maiores demonstrações de arrogância que alguém poderia sugerir. O pastor e suas convicções religiosas, espirítuais e históricas tem a certeza de que age de forma correta. Pensa da forma como os justos e "bons" devem pensar. Prega o que aqueles escolhidos pelo seu senhor, devem pregar. O pastor e sua certeza, são mais uma prova inequívoca de nossos limites e de onde a ignorância pode levar-nos. Deveria ler mais sobre outras religiões. Mas não precisa. O pastor carrega consigo a única verdade, a sua. E ao oriente de onde vive o Sr. Terry Jones, exatamente no Afeganistão, outros, com o justo direito de sentirem-se ofendidos por seu projeto de incineração do livro sagrado, levado à cabo por outros religiosos protestantes, reagem. Estes também querem justiça à ofensa recebida, mas, não vão aos jornais, não vão à mídia. Estes, seguidores do profeta Maomé, vão fazer justiça. Traindo também aos próprios preceitos de seu profeta. Vão ao prédio onde funciona uma unidade da ONU, ao norte do país e executam em represália e protesto, sete funcionários da organização. Depredam o edifício instalado ali, justamente para auxiliar vítmas de uma guerra civil e uma invasão perpetrada e mantida pela pátria do "paladino" Terry Jones. Degolaram, segundo informações, duas das vítimas. E a justiça foi feita. Viva nossa evolução e estupidez.