quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Baleias, Solidariedade e Contradição


Ambientalistas avançam a bordo de sua pequena lancha à frente de um barco de pesca japones, tentam de alguma forma interromper a caçada a uma baleia. As cenas podem ser vistas na rede. É da cultura japonesa a captura e consumo, principalmente do óleo retirado dos corpos das baleias. Eles alegam que não descumprem as determinações internacionais para esta "pesca". Mentira. Eles sempre descumpriram. Jamais conseguiram realmente tentar mudar essa "tradição". Se é que abater animais tão representativos para o ciclo da cadeia animal, teve algum dia alguma importancia ética para eles. Tudo bem, que em outras culturas, outros animais também foram caçados, mas as razões japonesas são hoje em dia totalmente inapropriadas. São um dos povos que mais contribuíram para o desenvolvimento humano, materialmente falando. E sinceramente hoje relativiso todas as contribuições filosóficas de praticamente todos os povos. Pois não estamos andando lá muito bem nesse aspecto, o do convívio entre os "povos". Porque em contrapartida vejo e acompanho no caso  do Japão, um sem número de ações e pessoas de diversas nacionalidades em gestos voluntários de auxílio às vítimas do grande terremoto e do tsunami. Contraditório. Auxiliamos aqueles que ainda hoje abatem animais de forma ilegal. E enquanto isso no Haiti. Mesmo eu sabendo que também conta com o auxílio de muitas pessoas bem intencionadas de várias nacionalidades. Há pessoas morando há mais de dois anos em acampamentos de desabrigados. Imaginem as condições. 70% da população está desempregada. Falta praticamente tudo. Ah! Eles não caçam baleias e também não conseguem reconstruir em menos de 20 dias trechos gravemente abalados e desnivelados com um terremoto, como fizeram os japoneses. Eles precisam de remédios, alimentos, água, e muita boa vontade de todos os que possuem algum recurso e espírito autruísta. Existe Bill Gates, que bom! Ele deixou parte de seus afazeres diante de seu império e anda pelo mundo e agora muito pelo Haiti, em auxílio aos necessitados. Nada contra o Japão. Tudo contra a mentira e o egoísmo de governantes, de empresários e agentes dos sistema financeiro. Tudo contra a hipocrisia de estrelas internacionais que se uniram para auxiliar as vítimas no Japão ao abrirem mão de seus direitos em trabalhos musicais lançados com intenção de apoiar ações em terras orientais. Mas que não foram capazes de gesto em mesma intensidade em terras americanas. Tudo a favor de Wyclef Jean. Haitiano que fazendo-se conhecido e bem sucedido no "The Fuges", retornou e está ao lado do povo da terra onde nasceu. Tudo em favor sim, dos fracos, daqueles sem oportunidades justas e ainda explorados. Tudo em favor do que for justo. Salvemos nossas peles, respeitando um pouco mais toda a natureza, em todos os níveis de relação com o meio ambiente, cuidemos. Vivas a todos os voluntários em todos os cantos do mundo e vida ao Haiti...vida dígna.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Tribos Vazias


Um simples corte de cabelo pode fazer com que uma pessoa seja agredida. Pode ser uma agressão verbal ou mesmo física em reação extrema. A forma como uma pessoa se veste a identifica, para o meio social. A identifica visualmente antes de tudo, mas esse identificar é ambíguo, pois consigo pode vir também a aversão de quem a vê. E por que? Por que a aversão? Uma reação psíquica negativa em relação ao outro. Porque somos múltiplos e estamos em todos os nossos iguais, assim como parte deles está em nós. Idenficamos em nós aquilo que repudiamos, porque em nós também está parte do outro. Somos filhos de uma única origem. Mas vivemos tempos difíceis, e estranhamente opostos aos caminhos onde a razão e a inteligência deveriam nos levar. Então vemos ou temos notícias de pessoas em "gangues" agredindo-se. Demarcando seus territórios, muitas vezes com armas. Para deixar tudo ainda mais dramático, temos o poder destrutivo de todas as drogas. Que nasceram aqui, ou aquelas que sintetizamos em laboratórios. Não faltam alimentos para os cérebros desprevenidos. Não faltam equívocos para tomarmos para a nossa tribo o direito primeiro. "Estas roupas não nos agradam, estes adereços ou acessórios que voce usa, não nos agradam. Seu corte de cabelo, as músicas que voce ouve. Voce andar com gays, isso não nos agrada". Nossa tribo quer que sejam seguidos apenas nossos padrões e que nossos códigos sejam identificados e se possível copiados. Assim agimos, tal qual animais em bandos, manadas eu matilhas. Seguiremos o líder sem contestá-lo. Somos semelhantes a esses animais? Devemos agir como eles? O que nos iguala a eles? Apenas a mesma origem científica. Mas somos humanos. Existe uma grande tribo de sete bilhões de universos únicos, mesmo sendo semelhantes. Únicos é o que somos, algo impalpável nos diferencia. Alma, espírito, não sabemos. Mas a violência animal, que é reflexo da violência primeira que tivemos que forjar, para sobreviver e está cada vez mais irrascível, é uma das formas de mostrar ao outro da outra "tribo" que não o queremos por perto. A violência primeira para enfrentar os animais e as adversidades dos tempos remotos, está em nós de forma sofisticada e adaptada aos novos "tempos". São realmente novos esses tempos, no sentido da possibilidade de renovar? Não parecem. Enquanto ainda nos dividirmos e nos difereciarmos por "tribos", não. Um Grande Ano! Para todos nós da "tribo" mãe-terra..