sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Nelson Mandela, André e Cândido Portinari

Há um tempo não escrevo para o blog, é toda a história que voces conhecem e vivem também, o tempo, os compromissos e as prioridades. Mas, insisto em me culpar por desculpas assim. Somos dotados de capacidade intelectual superior, logo temos a obrigação de conciliar todos os nossos interesses e compromissos, evitando ao máximo as desculpas. Hoje estou aqui para postar uma foto de Nelson Mandela. Eu não preciso discorrer aqui sobre quem é Nelson Mandela. Todos voces sabem, e há milhares de páginas na rede que narram sua trajetória de vida. Aqui, abro um parenteses para falar rapidamente sobre outra pessoa que deixou uma obra tão fascinante quanto o desejo que tinha em ver um mundo melhor. Visitei em Belo Horizonte recentemente a exposição "Guerra e Paz", que trouxe os dois painéis que Cândido Portinari criou para o prédio das Nações Unidas em Nova York. Fascinante, é a palavra que um amigo meu sempre usa para se referir a tudo para o qual palavras ainda não existam. Eu, ao deparar-me com um dos quadros da exposição "Menino Morto", naquele momento, diante do quadro me veio a lembrança de um amigo com o qual convivi por pouco tempo. Mas de quem recebi o mais sincero e único sentimento capaz de elevar-nos, amor. André, é seu nome, ele vivia em uma instituição que cuida de pessoas portadoras de paralisia cerebral. Por oito anos viveu lá e, eu tive o privilégio de conviver com ele por dois anos. Eu não me senti triste ao ver o quadro e me lembrar do André, eu me senti distante, completamente sozinho em uma galeria com dezenas de pessoas ao lado. Eu não chorei, mas quase. Eu não sorri. Eu apenas olhava para o quadro e via o André. Me lembrei do carinho que a irmâ e o irmãozinho menor demonstraram diante do corpo dele, acho que por isso eu não chorei. Eu agradeci a Cândido Portinari, por me remeter a alguém tão especial. Eu me senti honrado e privilegiado por ter convivido com André, por sentir o quão verdadeiro foi o empenho de Cândido Portinari em pintar um país. E agora Nelson Mandela, André e Cândido Portinari de alguma forma estão mais próximos um do outro. Vou continuar aqui, por enquanto, dizendo OBRIGADO a eles... E me esforçando para tentar ser um pouco melhor do que fui ontem...

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Céu E Terra, Nós

Há um tempo ando meio "desaparecido", ou melhor há um tempo não posto, apenas isto. Na verdade, sei que existem milhares de temas e ou acontecimentos que merecem comentários, crônicas ou observações. Há também, justamente um desejo bem consciente em meu caso, de pouco falar. Sinto que deveríamos usar mais, e muito mais nossas habilidades "telepáticas", elas existem, não duvide. A sonda Voyager, lançada há trinta e seis anos, pela NASA, deixou o Sistema Solar. Ela está há dezenove milhões de quilômetros da Terra, agora vagando pelo espaço sideral. Leva consigo mensagens, imagens, sons de nossa voz e música, alguns pequenos objetos, vestígios nossos. Para que? Segundo nossas expectativas ao ser interceptada por alguma outra forma de vida inteligente, um pouco de nós seja por eles conhecido. Bem pouco, sejamos sinceros. Nós que mal desvendamos os mistérios dos abismos oceânicos, enviamos para o espaço um artefato que, agora faz o papel de uma mensagem de náufrago, lançada ao oceano em busca de socorro, algum auxílio, a esperança da visão de um semelhante, para resgatar-nos. Nós, tão frágeis quanto o planeta, buscamos fora, longe, o mais distante possível; companhia que se assemelhe a nós. A grande dúvida do existir. A busca por respostas para perguntas eternas. A sonda não mais retornará, a sonda nem é viva. Mas a vida está nela através das mentes que a conceberam e das mão que a construíram. Vestígio humano na sonda, nossas digitais. Aqui, ao nosso lado. Ali em quem anda na mesma rua e em voce, em mim. Dentro. Bem dentro de nós está o segredo. "O segredo é um caracol", como escreveu Clarice Lispector. Tão dentro de nossa casa única que nem percebemos, talvez por muito temer. Fugimos ou buscamos? Enviamos mensagens ao mar, sondas ao espaço, sms e postagens na rede, assim como faço agora. Fazemos isso porque insistimos em não mergulhar no único lugar onde seremos reconfortados, por ora! Dentro, bem dentro de nós.

domingo, 28 de abril de 2013

Civilidade e Lixo

Há relatos de que Dom João VI, o imperador que mudou-se, às pressas para o Brasil com praticamente toda a sua côrte, fazia nas ruas, suas necessidades fisiológicas, quando não conseguia a tempo hábil um local adequado. É curioso e aparentemente revelador como o que nos tornamos hoje, como sociedade, nasceu de um passado desajustado. Os primeiros habitantes "estrangeiros" para cá trazidos com a finalidade de aqui residirem, eram bandidos. Julgados e condenados pela metrópole a viver em terras longínquas e inóspitas, o Brasil. E sintomaticamente vivemos em nossos dias, e aqui uso o "lixo' como metáfora de nossa adequação social. Para mostrar o quanto inconscientemente agimos como estrangeiros, no sentido de estranhos ao lugar e com um comportamento sempre de não pertencentes à sociedade que compomos. A impressão geral é a de que nãos somos daqui. Pois, apenas pessoas que não permanecerão em um lugar agem como costumamos agir quando a questão é o descarte do "lixo" que produzimos. Com as diferenças específicas deixadas por traços específicos dos colonos primeiros, imigrantes que vieram com a intenção de aqui realmente fixarem residência e produzir; o que vemos é lastimável. Ruas, logradouros públicos, lagos e lagoas, onde vamos para buscar diversão e lazer, principalmente em áreas mais povoadas. Terrenos vagos e onde mais nossa visão alcançar o "lixo". Lá está, descartado por uma parcela da população que não sozinha, mas também contando com o descaso e a inoperância e falta de percepção, ao que parece de suas responsabilidades, agentes públicos contribuem para o exercício cotidiano da banalização da civilidade. E tome sujeira por quase toda parte. E todas as desculpas possíveis acompanham as não ações positivas e construtivas que deveriam ser a atitude ideal, natural e civilizada. Zelar para que o espaço pertencente a todos seja mantido limpo e ordenado, é o que nos cabe. Cada um de nós, devemos praticar uma reflexão diária de reprovação e superação de nosso "egoismozinho" nocivo e destruidor. Vamos começar esse processo, mantendo limpo o chão que nos dá a base para nossa caminhada e evolução. Menos lixo e mais educação...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Feliz Aniversário!

Hoje talvez seja o dia do seu aniversário. E tenha a certeza de que o é. Acaso tenha mais de nove meses, Exatamente doze meses e um dia, pois há 365 dias passados voce estava aqui, vivo. Logo, há um ano voce continua aqui e, portanto todos os dias são de comemoração de sua natividade. Parece confuso? Leia novamente e raciocine, é simples. Todos os dias a cada um de nós cabe uma homenagem, a celebração, talvez uma ode. Somos heróicos e corajosos sobreviventes da saga que é viver. Há pessoas que comemoram praticamente tudo, mas com uma total determinação em seguir normas sociais de convivência. De minha parte questiono a sinceridade e ou honestidade e até a utilidade dessas bodas. Em tempos tão facilmente socializáveis, dado ao grande arsenal de possibilidades virtuais para tais encontros; comemora-se até a dor e tristeza de muitos com escárnio. Não busque para tomar conhecimento as execráveis postagens com caráter de "humor" alusivas ao incêndio ocorrido em Santa Maria. Não alimente o monstro que pede além de sangue, carne e vidas, o que ainda nos eleva, nossa humanidade. Não entregue ao grande e insensível ser o que ainda insiste em sobreviver, às duras penas. Que tempos e templos estamos erguendo para a adoração, e o que ou quem iremos adorar? Voce sabe? Se tiver a resposta, compartilhe. Não é assim que vivemos hoje? Compartilhando nossas pequenas esperanças, os que ainda as possui. E também nossa miserável condição atual, nossa ilha tecnológica e inexpugnável. Nossos maiores e melhores amigos, fidelíssimos, nossa essência materializada em bytes, megabytes e teras. Nossa grande mentira. Feliz aniversário, hoje! Amanhã nós nao sabemos. Prometi a um amigo escrever algo sobre aniversários, comemorações que marcam cíclos importantes para nossa espécie. Meu amigo Christian, desculpe-me, nesse momento é o máximo que consigo fazer. E voce do alto de seu nome tão emblemático, sinta-se salvo. Ou melhor, tenha certeza da salvação única e redentora. Aquela que nos resgata dos abismos mais tenebros. Abismos que por descuido deixamos aprofundar dentro de nós. Lutemos bravamente contra. Vamos sim sorrir com as vítimas recentes, passadas e futuras de todas as injustiças ou infortúnios. Vamos sorrir com elas para aliviarmos também em nós as dores de todos. Feliz aniversário!