terça-feira, 15 de março de 2011

Pura Energia


Toda a tecnologia, todo o saber que envolve o desenvolvimento de novas tecnologias, toda a nossa certeza cartesiana, toda a razão lógica pura, não suportaram as forças naturais. Jamais suportarão. Agora milhões de pessoas apreensivas buscam proteção contra a radiação que se espalha e não é apenas no Japão. Todos do planeta agora parecem perceber o estado de fragilidade ao qual estamos submetidos, estamos sobre um planeta vivo. Suas forças nós não podemos controlar, suas reações naturais, seus ajustes tectônicos, nada podemos. Nossa verdadeira condição está mais que explicitada. Ordem para receber rações de comida. Estáticos sobre uma passarela que escapa-lhe dos pés. Calmos, talvez os únicos com a certeza do poder sobre humano das forças naturais. Assim reagem os atingidos por terremotos, ondas gigantes e por último os efeitos da radiação. Radiação esta, provocada por elementos tão naturais quanto todos nós. A energia pura, concentrada em elementos ancestrais, minerais com a capacidade de gerar calor e com este produzir energia elétrica que movimenta nações inteiras. Um país sobre fendas marítimas, uma ilha simbolizando o próprio planeta, ilha vagando em órbita conhecida, mas livre em um universo praticamente desconhecido. Apenas as luzes distantes nos dão algum alento e dizemos: Aquele brilho é de estrelas que se apagaram a milhares, milhões de anos. Este nosso único alento, o brilho de estrelas. Sim, estrelas possuem brilho, estrelas possuem materiais orgânicos em combustão intensa, até sua extinção. O brilho é o que vemos. Estrelas assim como a terra são vivas. E nós? E nosso brilho ou luz? Estão realmente dentro de nós? Agora eclipsado, pois diante de nós a realidade bate. Tão naturais quanto o planeta e o universo, quem consegue, percebe nossa condição primeira. Pura energia.

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