domingo, 28 de abril de 2013

Civilidade e Lixo

Há relatos de que Dom João VI, o imperador que mudou-se, às pressas para o Brasil com praticamente toda a sua côrte, fazia nas ruas, suas necessidades fisiológicas, quando não conseguia a tempo hábil um local adequado. É curioso e aparentemente revelador como o que nos tornamos hoje, como sociedade, nasceu de um passado desajustado. Os primeiros habitantes "estrangeiros" para cá trazidos com a finalidade de aqui residirem, eram bandidos. Julgados e condenados pela metrópole a viver em terras longínquas e inóspitas, o Brasil. E sintomaticamente vivemos em nossos dias, e aqui uso o "lixo' como metáfora de nossa adequação social. Para mostrar o quanto inconscientemente agimos como estrangeiros, no sentido de estranhos ao lugar e com um comportamento sempre de não pertencentes à sociedade que compomos. A impressão geral é a de que nãos somos daqui. Pois, apenas pessoas que não permanecerão em um lugar agem como costumamos agir quando a questão é o descarte do "lixo" que produzimos. Com as diferenças específicas deixadas por traços específicos dos colonos primeiros, imigrantes que vieram com a intenção de aqui realmente fixarem residência e produzir; o que vemos é lastimável. Ruas, logradouros públicos, lagos e lagoas, onde vamos para buscar diversão e lazer, principalmente em áreas mais povoadas. Terrenos vagos e onde mais nossa visão alcançar o "lixo". Lá está, descartado por uma parcela da população que não sozinha, mas também contando com o descaso e a inoperância e falta de percepção, ao que parece de suas responsabilidades, agentes públicos contribuem para o exercício cotidiano da banalização da civilidade. E tome sujeira por quase toda parte. E todas as desculpas possíveis acompanham as não ações positivas e construtivas que deveriam ser a atitude ideal, natural e civilizada. Zelar para que o espaço pertencente a todos seja mantido limpo e ordenado, é o que nos cabe. Cada um de nós, devemos praticar uma reflexão diária de reprovação e superação de nosso "egoismozinho" nocivo e destruidor. Vamos começar esse processo, mantendo limpo o chão que nos dá a base para nossa caminhada e evolução. Menos lixo e mais educação...

Um comentário:

  1. Sim, em muitas situações e nesta em singular, agimos como eco do passado.

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