quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Babi Jaques E Os Sicilianos

"Lá vem a amargura, procurando raiz..."  Com estes versos, a vocalista Babi Jaques, com forte personalidade vocal e cênica, da banda Babi Jaques e os Sicilianos inicia a canção "Senso Nu". Mas a amargura não terá vez  nesta canção, pois raiz ela não conseguirá criar. Nem nesta e nem nas outras canções do EP homônimo de estréia da banda. Seis faixas, todas elas de excelente qualidade musical e técnica. Arranjos criativos, onde elementos de gêneros consagrados como  rock e jazz, misturam-se na desenvoltura com a qual o grupo usa rítmos de seu estado de origem, Pernambuco. Nada explícito, tudo bem sutil e preciso. Música sincera, honesta e forte. Letras que revelam personagens com os quais em determinados momentos não há como não nos identificarmos. Seja na resistência de quem quer e vai combater a "amargura". Seja na forma inteligente, com ironia fina e mordaz ao descrever as "dores" de um palhaço; talvez cada um de nós mesmos. Amantes, desamados, bêbados, sonhadores e quase desesperançados personagens que conhecemos sim, pois estão todos à nossa volta; cotidianamente. Em melodias e versos registrados em fotografias muito, muito familiares. Ouçam Babi Jaques e o Sicilianos e deixem-se levar. Satisfação mais que garantida. (www.myspace.com/babijaqueseossicilianos)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

World Way Of Life

Cada vez mais oprimidos, vivemos assim. Cada vez mais comprimidos. Seja para respondermos a nós mesmos ou para darmos respostas aos questionamentos da sociedade. Mas afinal, a sociedade não somos todos nós? Pressão em todos os aspectos. Seja o melhor em tudo o que fizer. Tenha a beleza, que praticamente nunca é realtivizada; como seu deus ou guia. Seja isto, seja aquilo. Seja mais. Sempre maior e melhor. Sempre mais. Não se mostre fraco, pois será vítma fácil da sociedade! Não demonstre jamais insegurança ou fragilidade psicológica, pois um massacre mental será perpetrado contra voce. Voce perderá. Lembra que é a "sociedade" quem "cuida" de nós. Sociedade que quer a verdade, qual verdade? Nada de diferenças de padrão, nada de diferenças de gêneros. Nada de ninguém diferente de mim. Na Av. Paulista não toleramos "afeminados", tome a sociedade fazendo justiça através de suas crias. Crias juvenis da intolerância e da manutenção da ordem e dos "bons costumes". Tome justiça. Mas estas mesmas crias, sob efeito de ecstasy, álcool ou qualquer outro artifício lícito ou não, vai ás "raves". Vai às paradas de "orgulho" gay. Diverte-se ao lado daqueles a quem agride. Vai aos carnavais fora de hora. Vai ao SWU. Engajados. Sociedade! Comprimidos e oprimidos. Criaturas estranhas é o que somos. Não? Foto: Michael Wolf  "Tokio Compression"

domingo, 23 de janeiro de 2011

Rosso Come Il Cielo

"Vermelho como o céu", filme dirigido pelo italiano Cristiano Bortone, conta-nos a história de Mirco. Baseado em fatos reais, mostra a revolta, a perceção da nova realidade e o início da adaptação para algo irreversível. Privado do sentido da visão e admirador de cinema, transfere para a audição principalmente, sua percepção do mundo. Criando a partir dos sons sua nova "visão". Com sua atitude, o menino sem saber coloca em cheque, os métodos até então usados no Instuto Público de Educação Especial onde passa a estudar. O filme faz-nos perceber como em sociedades engajadas, o "público" tem como princípio a busca da abrangência e a adaptação mais rápida possível ao lidar com o novo que mostra-se aplicável. Lá, operários colocam-se ao lado dos estudantes  quando chamados a agir. Ficam ao lado dos que não tinham como e nem quem os representasse até então. Pressionam e revertem realidades inadequadas. Obrigam o poder público constituído a buscar uma solução para o impasse criado com a expulsão do aluno. Filme bonito, comovente, mesmo assim com humor e leveza. Aqui, enquanto isso ainda vivemos em posições bastante egoístas quando se propõe reinvidicações ou busca pela justiça. Definidas por visões que separam as  "lutas". Não estamos todos juntos, sob o mesmo céu? Se puder assistam e ouçam "Rosso come il cielo"                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A Vida Pode Ser Um Pouco Mais Leve

Dor é dor, sempre. Não importa se duzentas mil vidas deixaram de existir no Haiti ou se o corpo de um garoto de 8 anos foi encontrado na Austrália, levado por águas de uma das maiores catástrofes naturais deste século. Dor é dor. Nós e nossas terras abençoadas e bonitas por natureza. Nós e nossas catástrofes cotidianas, nós e a miséria ainda ao nosso lado. Nós e o medo de que "Ariadna", vença. Expulsemos logo o "mal". Onde está o mal? Senão dentro de nossas mentes. Em comportamentos mesquinhos diários exercitamos o mal em nós. Não, nada de voltarmos nossa atenção para os miseráveis. Viva Neymar! Viva os vencedores! Viva a beleza! Em oferta a mágica para corpos sarados e perfeitos, por apenas... 999,00 a perder de vista. Viva a "fantasia" real possível. Não queremos a dor. Ela, afinal, herança atávica que é, já está em nós. Vamos enfim comprar nos templos por nós erguidos, pedra sobre pedra, nossa "salvação". Sabemos que um dia virá novamente aquele que expulsará os "vendilhões do templo". Ele virá. Vamos interromper os sonhos materializados em andrógina expressão de nós mesmos, que assusta. Vamos expulsar o mal. Como? Se ele está tão dentro de nós. Viva Ariadna!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Um Presente Para Roberth

"Eu amo voces". Assim ele se despediu dos parentes e amigos, embarcou para a viagem a tempos esperada. A expectativa agora se reduzia a algumas horas de voo. Mas a dimensão dos sentimentos não podia ser medida. Roberth andava mesmo triste e com pensamentos confusos acerca de tudo. Porque? Não pergunte, pois se tivesse resposta objetiva, é certo que não estaria assim. No fundo ele mesmo desejava que a viagem o permitisse respirar, pois ele não sabia o que era isso nos últimos tempos. Do alto de sua juventude, o peso de tudo, as regras, os padrões a copiar ou seguir, as tarefas. Algumas tão desnecessárias. E todos sabiam disso, mas ele era diferente, ele tinha a certeza. É muito sério o peso da certeza. Muito! A certeza com o equilíbrio que apenas o bom senso proporciona é para os especiais. Ele é especial. Permitiu aos amigos a sensação da distância. Fico aqui, dentro de mim até que volte a ver e sentir a vida de antes. Fico! Não vou ferir ninguém conscientemente. Desculpem, se o fiz sem perceber! Desculpem! Volto forte, mais forte do que sempre me  senti. Não, não me sentia forte. Eu sou forte. Sou tudo o que desejar. Vivo intensamente o que não posso expulsar de mim. Roberth, chegou então ao destino. Desembarcou tranquilo e determinado como é de sua natureza. Feliz e obcecado apenas para viver e fazer o bem. Estou de volta, eis aqui o novo ser. Diante do espelho da sala ele é a certeza. Olhou-se e pensou, este sou eu. Estou aqui de braços abertos, sempre! Este sou eu...Roberth, "Amo todos voces".

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

50 Dias

50 dias à deriva, Samu Perez, Filo Filo e Edward Nassau. Jovens nascidos nas ilhas Tokelau no ocenano Pacífico, viveram e renasceram sobre o oceano. Correntes marítimas levaram a pequena embarcação de alumínio para alto-mar. 50 dias e uma só intenção, manterem-se vivos. Água doce recohida à noite, uma provisão de cocos e uma ave marítima que conseguiram abater. Alimentar-se era secundário para aqueles que obstinadamente mantinham-se vivos. O mar, com o passar dos dias já não assustava, pois o mar era além deles. A expectativa de alguma embarcação surgida ao horizonte, também não tomava suas mentes. Aos poucos e naturalmente incorporaram o ambiente aos seus pensamentos diários. Eles não lutavam contra a morte, naquele momento a morte e eles tornaram-se amigos. Um não espreitava o outro, eram cúmplices. Pois sob o mar criaturas indiferentes viviam também suas rotinas. E a morte companheira constante de todas elas. Talvez "pensassem" se assim pudessem: E sequer possuem barbatanas! Passou algo assim em algum pensamento, mas vamos adiante! Ou melhor, vamos para onde as correntes desejarem. Familiar, vez ou outra visita de algum cardume. Baleias, nem se aproximavam, coitados! Pensavam. O seres abissais sequer perdiam seu tempo. 50 dias. Bastam 2 semanas em  algum lugar estranho aos nossos hábitos, para acostumarmos com o até então "estranho". Quando davam-se por esposos pueris da morte, eis um barco, arquétipo da humanidade, mas não eram eles a representação até aquele momento da humanidade? Apenas eles? Eram. Içados, socorridos e "salvos". De que? Nunca mais serão os mesmos...Nunca!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Quem Semeia Miséria, Colhe Fúria

O Estado somos nós, a nação é seu povo, todos. Um país não deve ser entregue por uma sociedade a castas nem sempre bem intencionadas. Mesmo porque no início todos se dizem mais do que bem intencionados, mas  poucos entregariam a vida realmente por uma causa comum. Estamos em um país muito "jovem" se comparado a sociedades mais avançadas socialmente. Existem aqui desigualdades marcantes ainda, mesmo após um governo que encerrou-se tendo como maior trunfo, transformações sociais importantes. Contudo as notícias que ainda acompanhamos são as mais cotidianamente relacionadas a uma realidade que conhecemos bem. Desmandos, corrupção, apropriação de erário público, uso indevido de  serviços e benesses, garantidas com orçamentos públicos. Queremos mesmo uma "revolução" ou as atitudes e comportamentos reacionários serão sempre aceitos por nós como sendo a norma comum? Administradores do patrimônio público precisam ter tantas regalias? Salários precisam ser alterados para       cima em fim de mandato e aprovados no senado federal em 3 minutos e por voto das lideranças? Passaportes vermelhos precisam ser concedidos para prosaicas viagens de turismo? Não podem senhoras esposas e filhos de congressistas enfrentarem a mesma fila que os comuns? Não deveriam? Para tentarmos pelo menos exercitar o princípio de igualdade garantido pela constituição. Em um jogo onde sabemos quem  são as raposas e a condição a que são relegados os cordeiros. Quando, em discussão em uma câmara qualquer, de uma cidade qualquer, está em pauta projeto que concede "meia passagem" a estudantes para poderem se deslocar para suas escolas. Eles jamais se apressam. Jamais! Fiquemos atentos
e em guarda, sempre!                        

sábado, 8 de janeiro de 2011

O Amor segundo o Sr. Brian

"Que valor possui algo que o faz perdoar até seus inimigos?". Sintetizando o pensamento de Brian Hugh Warner acerca do amor. Pergunto. Não seria mais cômodo aceitarmos tudo como está posto? Morte aos inimigos e vivas apoteóticos aos que estão ao nosso lado. Assim tudo seria mais fácil, não precisaríamos nos atormentar com questionamentos desnecessários, bastava deitar e dormir tranquilamente. Acordar pela manhã, enviarmos mais alguns inimigos para a masmorra e pronto, justiça feita. O amor, não existe então sob o ponto de vista do Sr.Brian. Estupidez do Sr.Ghandi? Alucinação dos que perdoaram os assassinos de seus filhos? Pois houve quem concedeu perdão a estes. Sabia? Existem pessoas assim. Conseguiram encarar aqueles que tiraram de seu convívio pessoas que "amavam" e perdoá-los. Não seria este o propósito, justamente este? Não dormirmos tão tranquilamente assim, observarmos e prestarmos atenção em nossos "inimigos"? Pois repentinamente o imponderável pode aproximar-se de nós e exigir-nos uma escolha. Será o "amor" então uma armadilha?  Algo tão supremo e distante de nossa compreensão que não suportaremos e nem seremos capazes de compreender? Simplesmente porque não estamos equipados para isto? Continuemos nossos questionamentos, Sr. Brian. E  busquemos o quase inalcançável "amor"...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A Bolsa e a Vida

"R$ 551.232,00, esta bolsa contém 334 diamantes". Hermés, Louis Vuitton, Chanel. É verdade, o valor de algumas delas pode ultrapassar a cifra de um milhão de reais. Jamais prestei atenção nestas bolsas. Mas associando uma observação feita por um amigo, voltei  minha atenção para matéria de tv que exibia uma após outra, bolsas muito bem fabricadas, com matéria-prima de  primeiríssima qualidade e protegidas como relíquias de faraó. Meu amigo disse: "Por que as pessoas querem tanto dinheiro?" Não sei, respondi. Tentei argumentar no sentido de que criamos assim a sociedade humana. Voltada para a expressão maior do "poder". A matéria torna-nos poderosos. Possuir é afirmar-se como forte, quase intocável e praticamente "imortal". Logo, vivendo a ilusão desta onipotência, juntamos trocados, até transformá-los em fortuna. Trocados, exatamente  R$ 68,00 é o valor que uma senhora bastante simples de origem, criando três netos da filha detenta, tem à sua disposição todo mês, palavras dela; também em reportagem de tv. A propósito a filha tem ainda a permissão para criar seu quarto filho junto a si, no presídio onde cumpre pena. Quanto será preciso levar dentro destas bolsas para se comprar a imortalidade? Quanto esta senhora precisaria para garantir a vida de seus netos? Quanto de Chanel, Louis Vuitton e Hermés?

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O Jovem Zucker


O  jovem Zucker acordou esta manhã com um plano no mínimo ambicioso. Serei um bilionário, determinou. Levantou-se, realizou suas cotidianas atividades antes de sair para dar início à conquista de seu objetivo. O jovem Zucker tinha uma única certeza. Este era um segrêdo apenas seu. Louco! Diriam. Portanto, segrêdo não pronunciado é um segrêdo de fato guardado. Dirigiu-se à sua escola, feliz em saber o segrêdo que morava agora consigo. Mentes mais que brilhantes, pensou Zucker, à minha volta! Mas eu determinei e estas maravilhosas e engenhosas  máquinas de pensar simplesmente não sabem. Em breve serei um mais que afortunado e bilionário senhor. Serei eu mesmo o quase senhor destas mentes. O jovem Zucker abriu seu livro de mágicas sobre a mesa, fitou-o, acariciou-se na face e sorriu...

A Rede do Bem

Technology (Humanic/2002) - Dmor

Tecnologia - Edison Elloy

Qual é o caminho agora, meu amigo?
Como nós estamos tão bem
Em frente à tela azul
Com nosso irmão tecnologia.
O que fazer agora?
Nós procuramos em arquivos virtuais
Nossas emoções sintéticas,
Pequenas emoções sintéticas
Eu não sei dizer mais:
Eu amo voce.
Eu sabia, meu amigo!
Eu tenho entregue minha alma e paz.
Toda a minha vida
Para o irmão tecnologia.
De joelhos, rendo.
Minha doce tecnologia.
Nós não precisamos mais orar por ajuda.
Porque todos os sistemas
Cuidam de nós.
Nós varremos o verde da casa,
A rede do bem nos protege
E acreditamos no irmão tecnologia.

Poor Selena, Poor


"Poor Selena poor". Selena Gomez é ameaçada por fãs de Justin Bieber. Pobres de todos nós. Em tempos onde os estudos e consequentes avanços tecnológicos nos brindaram com "A Rede", definitivamente nós como espécie racional temos muito que evoluir. Quando "fãs" aos quais em outros tempos cabiam o papel de admirar, acompanhar e em um exercício interior subjetivo, usufruir da arte criada por seus "ídolos", passam a ditar o que estes devem fazer ou não; está definitivamente decretado o fim da "inocencia". Pobres "ídolos" que não possuem fãs, mas, sim milhares de "ditadores" aos seus pés. Bons tempos aqueles em que os reis e rainhas possuíam súditos. Pobre Selena, pobre Justin, pobres todos nós.