sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A Bolsa e a Vida

"R$ 551.232,00, esta bolsa contém 334 diamantes". Hermés, Louis Vuitton, Chanel. É verdade, o valor de algumas delas pode ultrapassar a cifra de um milhão de reais. Jamais prestei atenção nestas bolsas. Mas associando uma observação feita por um amigo, voltei  minha atenção para matéria de tv que exibia uma após outra, bolsas muito bem fabricadas, com matéria-prima de  primeiríssima qualidade e protegidas como relíquias de faraó. Meu amigo disse: "Por que as pessoas querem tanto dinheiro?" Não sei, respondi. Tentei argumentar no sentido de que criamos assim a sociedade humana. Voltada para a expressão maior do "poder". A matéria torna-nos poderosos. Possuir é afirmar-se como forte, quase intocável e praticamente "imortal". Logo, vivendo a ilusão desta onipotência, juntamos trocados, até transformá-los em fortuna. Trocados, exatamente  R$ 68,00 é o valor que uma senhora bastante simples de origem, criando três netos da filha detenta, tem à sua disposição todo mês, palavras dela; também em reportagem de tv. A propósito a filha tem ainda a permissão para criar seu quarto filho junto a si, no presídio onde cumpre pena. Quanto será preciso levar dentro destas bolsas para se comprar a imortalidade? Quanto esta senhora precisaria para garantir a vida de seus netos? Quanto de Chanel, Louis Vuitton e Hermés?

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