segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Johnny Cash

Ouvi Johnny Cash cantando a canção One da banda U2. E tenho certeza agora de que Deus existe. Porque só algo superior para permitir que Johnny Cash vivesse entre nós. Ouví-lo com sua voz inconfundível, praticamente impassível diante das adversidades cantar: "Que o amor é um templo, que o amor é a lei maior". É simplesmente transcendental, porque é Johnny Cash cantando. Porque todas as respostas parecem surgir com sua voz monocórdica declamando os versos. Ele não expressa suas emoções, ele deixa para que o ouvinte o faça. Ele apenas declama. Todo o julgamento, toda a decisão e o caminho a percorrer nos versos da canção ficam por conta de quem do lado de cá conseguir perceber que Johnny Cash disse tudo, tudo com sua voz, usando versos de outra pessoa. O trovador mais que solitário. Aquele que desafiou toda e qualquer dor. Que os desencantos e as dúvidas descritos na letra, transformam-se em um hino à esperança plena de algum conforto. Pois, não se pode conceber sofrimento eterno. E Johnny Cash, logo ele que tanto sofreu, canta suave e denso: "Que o amor é um templo, que o amor é a lei maior". Viva Johnny Cash!

Um comentário: